O Bitcoin está em uma configuração ideal para subir mais de 50% nas próximas semanas, segundo Arthur Hayes, fundador da BitMEX que foi certeiro ao prever um novo recorde histórico para o BTC em 2025.
Em entrevista ao canal Crypto Banter, ele afirmou que o mercado atual está "na configuração perfeita" para uma nova disparada das criptomoedas, impulsionada por fatores econômicos e geopolíticos.
Hayes comparou o momento atual com o segundo semestre de 2022, quando o Bitcoin iniciou uma trajetória de valorização acelerada de mais de 100%. Para ele, o medo, a incerteza e a dúvida (FUD) espalhados pelos mercados criam o cenário ideal para a retomada dos ativos de risco.
"Temos uma pressão crescente sobre os fundos de hedge, sinais claros de estresse nos mercados de títulos e movimentações políticas que indicam instabilidade. Isso força os governos, especialmente o dos Estados Unidos, a voltar a imprimir dinheiro", explicou.
Segundo o analista, 9 de abril representou o ponto de virada. Naquela data, o índice MOVE — que mede a volatilidade dos títulos do Tesouro dos EUA — disparou para 172 pontos, revelando um mercado em ebulição. “Algo quebrou naquele dia”, afirmou Hayes, citando liquidações de posições alavancadas e declarações alarmantes de autoridades e executivos do setor financeiro.
Para ele, o governo americano terá que repetir o movimento de 2022 a 2025, quando Janet Yellen injetou US$ 2,5 trilhões na economia. Isso impulsionou o preço do Bitcoin em quase 600%. Se o padrão se repetir, o BTC pode ultrapassar US$ 150 mil.
“Estou no nível 10 de otimismo. Ainda não coloquei tudo, mas estamos chegando lá”, disse, ao ser perguntado sobre sua posição atual no mercado cripto.
Bitcoin lidera antes de nova fase das altcoins
Hayes acredita que o Bitcoin aumentará sua dominância para 70% do mercado, antes de ocorrer uma nova rotação para altcoins. Ele segue otimista com Ethereum e Solana, mas aponta que o ETH pode ter desempenho superior por ser mais “odiado” no momento e, portanto, ter maior espaço para valorização.
Para Hayes, a expectativa de que o Fed só reaja com cortes de juros como fez entre 2008 e 2019 é ultrapassada. “Agora a crise é no Tesouro, não no crédito privado. O foco é outro. E a única saída será imprimir dinheiro”, disse.
Hayes também comentou sobre o novo panorama geopolítico. Para ele, o planeta caminha para uma divisão em dois blocos financeiros e comerciais — um centrado nos EUA, outro na China. Isso, segundo ele, acaba com a deflação vinda da produção barata chinesa e empurra o mundo para um novo ciclo inflacionário.
“O custo de mover cadeias produtivas da China para os EUA será enorme. Isso enfraquece os títulos do Tesouro e fortalece o Bitcoin como proteção”, alertou.
Sobre rumores de que a China estaria vendendo títulos americanos para forçar uma alta nos juros, Hayes foi direto: “Se a China fizer isso, os EUA vão congelar o sistema bancário chinês em segundos.” Para ele, a situação é mais de bloqueio mútuo do que de ataque aberto.
Hayes também compartilhou otimismo com o Ethereum, especialmente por ser “um ativo odiado” no momento. “Quando começar a subir, todos vão lembrar que é o criptoativo com mais segurança, mais valor travado e mais desenvolvedores no DeFi”, destacou.